A caixa torácica é uma estrutura óssea que protege os pulmões e o coração. Mas da mesma maneira que a coluna não é poste, a caixa torácica não é exatamente uma caixa. Acho que todos nós, quando pensamos em caixa, pensamos em uma estrutura mais ou menos rígida, fechada, sem flexibilidade.
Parece sem importância, mas a palavra “caixa” vem junto com uma imagem, que por sua vez interfere na nossa percepção e na execução de uma ação. Mas a caixa torácica é formada por costelas, e tem sim mobilidade. Ela é feita para proteger os órgãos e não para nos imobilizar!
Gostaria de convidá-lo(a) a experimentar a mobilidade desta, que não é caixa, e perceber a relação dos ombros e braços com ela:
Escolha uma cadeira que tenho um assento firme, e que não tenha apoio para os braços. Sente na beirada da cadeira, com os pés apoiados no chão, confortavelmente distante um do outro.
- Imagine, por um momento, que teu tórax é uma caixa. Com esta imagem em mente, levante o braço direito como se quisesse alcançar o teto.
Observe o tanto que teu braço alcança quando você pensa que teu tórax é uma caixa.Descanse o braço e o ombro, mas sem “despencar”.
- Agora, deixe suas costelas se aproximarem umas das outras flexionando-as para o lado direito para o lado direito e depois para o esquerdo.
Isto é possível porque, na tua frente, as costelas estão conectadas ao esterno (o osso no meio do peito) com cartilagem que tem mobilidade. Nas tuas costas as costelas estão ligadas a vértebras móveis.
- Devagar, com atenção, continue a alternar de um lado para o outro. Deixe que o respectivo ombro siga para baixo à medida que você flexiona para a direita e para a esquerda.
- Talvez você perceba que o topo da tua cabeça também acompanha o movimento de um lado para o outro.
Isto porque tuas costelas estão conectadas à tua coluna que por sua vez se estende até o crânio. Será que você conseguiria fazer estes movimentos se teu tórax fosse realmente uma caixa?
- Agora, flexione o lado esquerdo do tórax, deixe que as costelas esquerdas se aproximem umas das outras e ao mesmo tempo levante o braço direito como se para alcançar o teto.
Observe que enquanto o lado esquerdo do tórax flexiona, se dobra, o lado direito se abre e enquanto o ombro esquerdo abaixa o teu ombro direito levanta. Como está o movimento de alcançar o teto agora?
- Alterne entre 1) alcançar o teto com o braço direito sem que as costelas ajudem e 2) alcançar o teto com o braço direito, deixando o lado direito se abrir como um leque enquanto o lado esquerdo se fecha.
Observe até aonde vai o teu braço em cada opção.
- Coloque o teu dedo sobre a parte baixa do teu esterno. É onde tuas costelas fazem um “V” em torno do diafragma. As tuas costelas ficam mais flexíveis se você deixar o esterno se movimentar numa diagonal como resultado do movimento das costelas.
- Enquanto tuas costelas se dobram para a esquerda, deixe que a parte de baixo do teu esterno deslize um pouco para a direita e enquanto tuas costelas se dobram para a direita, deixa que o esterno deslize um pouco para a esquerda. Experimente fazer o movimento sem a ajuda do esterno e sinta a diferença.
- Agora, quando você fizer o movimento de alcançar o teto com o braço direito, deixe a parte de baixo do esterno deslizar para a direita enquanto tuas costelas se abrem como um leque e as costelas do lado esquerdo se fecham.
Observe o alcance dos teus braços agora!